9 de outubro de 2009

Entrevistado de Cristo – Jonatas Nuno

n2 1. Fale sobre o momento em que você se decidiu por Cristo.
Foi logo após um retiro dos Adolescentes com os Embaixadores. Após uma Santa Ceia que fizemos ali mesmo (simultaneamente com a que seria feita em nossa igreja), a ceia foi uma grande benção e eu fui um grande expectador – ainda não era batizado nas águas. Após a ceia eu e alguns amigos decidimos orar um pouco (não vou me esforçar para lembrar todos, mas me lembro da Esther, Thamires, Naka, Rodrigo…). Procuramos um quarto para orar mas, nenhum comportava o grupo então decidimos usar uma sala ampla. Começamos a orar buscando exclusivamente o batismo do Espírito Santo, orei por uns instantes e quando percebi já havia passado muitos, a sala que antes haviam seis pessoas já estava com mais de vinte que entraram ao ouvir nosso clamor. Ali muitos foram batizados com o Espírito Santo e alguns enquanto estavam abraçados comigo. Derramamos muitas lágrimas ao vermos tanto poder de Deus (coisa que eu nunca tinha visto/sentido), e algumas lágrimas silenciosas ao perceber que eu não fui um dos premiados. Não entendi o porquê não recebi, não via em mim menos do que os outros tinham, mas percebi que eu nunca tinha entrado na fila de espera, não sabia como um relacionamento com Deus acontecia. A partir daquele dia comecei a buscar a Deus e a decisão foi se solidificando gradativamente até que um dia, antes de ser batizado disse para mim mesmo ‘não quero mais voltar atrás, esse é o caminho que quero seguir’. Dessa forma o batismo foi apenas uma consequência, um agrado, pois minha vida já tinha mudado tanto que falar uma nova língua foi apenas a representação disto.
2. Qual foi a sua maior experiência com Deus até hoje? Por quê?
Está sendo mas, começou há mais de dois anos atrás. Num domingo eu estava sentado no fundo da nave, próximo aquela distância que minha miopia não permite ver bem quem está no púlpito, ou ser visto por quem lá estiver. Estava sentado e acompanhado, assistindo uma pregação do Pr. Cláudio (nosso vice-presidente), que em um determinado momento pediu que eu me colocasse de pé e me disse palavras amargas que esfriaram minha barriga e só desceram pela garganta com mais um gole de ilusão. Naquele momento da minha vida eu tinha um emprego promissor, estava em ascensão em uma empresa que prestava serviços a duas multinacionais ao mesmo tempo. Tinha um relacionamento sólido, daqueles que gerava elogios de quem observava. Tinha um lindo carro verde. Participava de ministérios na igreja. Tantas coisas que prezava tanto numa harmonia que não pude ouvir Deus dizer ‘sua vida vai mudar completamente’ sem ficar gelado. Não sorri ao ouvir essa mensagem, usei aquela cara de caneca que todos fazem quando ganham uma caneca (ou qualquer outro presente que não é bem aquilo que se chamaria de presente).
Orei baixo dizendo a Deus que fizesse Sua vontade. Confessei a quem confessava meus medos e receios quanto a isso. Chorei, como sempre até então. Esqueci. Vivi como se vive aqueles que leem Eclesiastes e sabem que nada vale muito a pena senão a alegria de aproveitar cada instante que Deus nos dá, sejam bons, sejam ruins. Os dias ruins vieram. Primeiro meu relacionamento foi trocando de cores, perdeu o branco, castanho, o verde e o vermelho. Agarrei-me a tudo o que tinha para não perder e fiz isso até perder as forças, quando gastei todas as minhas forças, perdi. Meu carro foi vencido por seus próprios gastos e tive de me desfazer dele. Meu emprego tornou-se um enfado e descobri que não havia nada mais desagradável do que trabalhar para alemães arrogantes.
Felizmente nada acontece tão drasticamente comigo. À medida que as coisas foram envelhecendo e morrendo, as coisas foram se renovando e nascendo. Deus me deu um relacionamento novo que preenche minha essência e me muda. Me deu um emprego onde não preciso mais justificar aos homens cada passo como se eu fosse completamente errado mesmo quando está completamente certo, e sim buscar a justificação de homens completamente errados, diante de Deus. Hoje trabalho para o Senhor, e AMMO Evangelizar. Tenho um carro, magro e ágil que adora derrapar nas curvas, como eu. Verde. Ainda falta vir as alterações na igreja, mas hoje eu nem espero, faço o que está adiante e uso meus dons e o que sei para Deus, e ponto.
Essa experiência que tenho vivido é ainda maior do que o fato de que eu deveria estar morto hoje, após um acidente horrível na minha infância. Ter a vida salva não é melhor do que tê-la transformada.
3. O grupo Embaixadores de Cristo pode significar muita coisa, para você, hoje, o que significa?
Os primeiros degraus de uma escada. Não acho que os Embaixadores deveriam se limitar a ter este grupo como ápice de suas vidas. Fazemos peças, evangelizamos, cantamos. Mas isso é ainda muito pouco a fazer a serviço de Deus, que requer muito e muito mais de nós, de acordo com nossas capacidades e se, quando jovens precisamos fazer a obra de jovens, que velhos façamos coisas ainda maiores. O Embaixadores de Cristo é uma grande benção mas, para mim é apenas o começo da obra que Deus quer fazer em minha vida.
4. De cristão para cristão, normalmente não perguntamos isso, mas, porque você serve a Jesus?
Simples. Não tenho opção melhor. Se o Buda fosse grande em amor, misericórdia, tivesse dado sua vida por mim e me ensinasse a cada dia como viver e eu pudesse ter prazer em fazer sua vontade, me amparasse e guardasse a cada momento difícil, se importasse com meus desejos e planos, até poderia servi-lo. Mas não, desde a antiguidade não se ouviu falar de um Deus semelhante ao nosso, que trabalha em favor daqueles que nEle esperam.
5. Se Jesus estivesse próximo, mas rodeado por uma multidão, o que você faria para chamar sua atenção?
Faria aquilo que sei fazer. Usaria meus dons – bem, isso é ‘crentês’ demais. Procuraria saber o caminho que Jesus faria (pesquisa), procuraria saber informações sobre este local – se tem prédios, se é um deserto? Planície, muita, pouca gente? (planejamento) – e a partir disso escolheria os melhores locais para colocar minha mensagem de maneira mais impactante neste local (mídia). Após isso viria a parte legal, criaria algo para surpreender o Criador (criação) – somos capazes disso, o livre arbítrio nos permite surpreender a um Deus onisciente. Usaria os principais braços da publicidade para chamar atenção de Deus, pois é o que tenho me preparado para fazer. E isto não é uma situação hipotética, é apenas o que busco fazer a cada dia – usar aquilo que sei para chamar a atenção de/para Jesus.
6. Quem você gostaria que entrevistássemos na próxima semana?
Posso sentar e conversar com ele pedindo cada uma das respostas assim como fazia quando criança, pedindo dinheiro para comprar chocolate. Mas quero ler suas respostas aqui. Jonatas Bernardo Pai.
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